sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Cristão na cultura de hoje - Charles Colson/Nancy Pearcey


Essa dupla é de longe uma das melhores que surgiram no meio da igreja cristã Norte Americana nos últimos anos. Com um enfoque centrado na cultura atual , e usando de cativantes historias, os autores ajudam os verdadeiros cristãos a defenderem sua fé e a viver as suas plenas implicações em cada local de convívio humano, como: lar, trabalho, sala de aula, política e etc.... Toda pessoa tem uma visão de mundo, o que em filosofia é chamada de cosmo-visão, com isso em mente, precisamos entender quais cosmo-visões se levantam na cultura, para tentar se impor contra a fé cristã. Os autores argumentam que o cristianismo não é uma fé privada, mas uma visão publica que permeia a política , as artes, a educação , a ciência e a cultura, e que os cristãos são chamados a relevância cultural também. Colson e Pearcey insistem em que temos dois chamados, e que 1 vem sendo negado pela ala mais fundamentalista do protestantismo americano e mundial. De um lado temos o chamado universal deixado por Jesus, para o evangelismo das nações e de todos os povos, e de outro o chamado cultural cristão para com o mundo. Logo na abertura do livro os autores dizem assim :

“O nosso chamado não é só para ordenarmos a nossa própria vida por princípios divinos, mas também para exortarmos o mundo. Devemos cumprir tanto a grande comissão como a missão cultural.Somos ordenados a pregar as boas novas e a trazer todas as coisas á submissão da ordem de Deus, defendendo e vivendo a verdade dELe nas condições históricas e culturais inigualáveis do nosso século.”Pg 10

Quero dizer que sempre tive duvidas a respeito desse assunto mais geral de nossa fé, e nunca me senti instigado mais a fundo por meus lideres a uma relevância cultural para com a cultura em geral. Se negarmos a relevância do chamado cultural, nossa fé fica restrita aos portões apenas do evangelismo e nossa influencia no mundo deixará de ser completa, e nossa escatologia não será uma escatologia plena. Ficaria mais ou menos assim: o que importa é salvar almas, nada mais é importante. Não precisamos nos preocupar com a cultura , com ciência, política e nada mais, apenas salvar almas.
Com isso caímos num erro bárbaro, e deixamos de entender que estaremos vivendo até a volta de cristo (parousia) nesse mundo, e salvo que tenhamos problemas com nossos discípulos, filhos e parentes, isso não é importante.
Sempre recordo com meus amigos, o momento onde tive meus primeiros contatos com filosofia, ciência e congêneres. Tinha aprendido que minha fé era inabalável, que só o pensamento da minha linha doutrinária era a certa, e que a bíblia não tinha como ser negada como verdade. Ki luta me seguiram nos anos subseqüentes, pois quando tive acesso á internet e saí um pouquinho (me permiti conhecer ) dos arraiais do mundo evangélico tradicional. Lembro de ter ficado anestesiado ao perceber que minha fé tinha concorrentes fortíssimos no secularismo filosófico, no humanismo secular e no ateísmo, e que isso vinha implícito em letras de musicas, livros lidos por todos e nas propagandas de TV , assim como nos filmes e por todos os lados. Eu me senti uma ave fora do ninho, e me perguntei: E AGORA?
Eu concordo que o meio fundamentalista cristão tem ate hoje suas questões muito fechadas, mas algumas como a preocupação de Colson e Pearcey , que diz respeito a Educação, e relativismo moral devem ser tratados com toda seriedade por todos que crêem na bíblia como palavra de Deus, e como fruto disso, darmos uma resposta na forma de se viver, que seja relevante moral e culturalmente...Temos sim que ter mais abertura para que médicos sejam médicos cristãos, com postura cientifica mas que se declarem filhos de Deus. Temos sim que mostrar em nossa arte, os detalhes de uma mente inspirada por Deus e seus princípios, e porque não com toda criatividade advinda de um pai que é pura criatividade? Os filhos do reino tem tudo para poderem influenciar em todos os ramos culturais,e porque não fazem isso? Porque não usam isso para o reino e para a missão universal de fazer discípulos? Mas ao contrário sujeitamos nosso desejo por arte , sem saber que a arte ou a ciência , ou ate mesmo a política está sendo usadas para a manutenção de uma visão de mundo contrária á de Deus, e ao menos sabemos ler o que presta e não presta no que é nos apresentado.
O livro nos mostra isso, que existe uma luta cultural, de um lado o secularismo, aliado ao ateísmo, relativismo e toda loucura que já vemos por ai, e do outro a fé Cristã, com potencial pleno, mas que vem sendo cada dia mais taxada de irracional e irrelevante, devido ao povo de Deus ter entregue a criação nas mãos de outrem.


Por: Eduardo Vaz

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